Sentindo-se preso

Moisés Suriba – Missionário no Senegal

“…pelo qual sou embaixador em cadeias.” Ef.6.20

A cadeia vai muito além de um lugar frio, com uma janela e portas gradeadas, e com alguém solitário ali dentro, com mil interrogações na mente, buscando resposta e explicações sobre a justiça de Deus e a do homem.

Sim, alguém pode sentir-se preso por uma circunstância, por uma doença, preso em casa, no escritório, no trabalho, num engarrafamento, no lotação, numa fila, no metrô…, e em mil outras situações, lugares, que você pode, rapidamente, citar.

Você já se sentiu assim?

Quando este sentimento de prisão toma o coração do cristão, o que fazer? O que fazer quando aquele que foi chamado para a liberdade, sente-se numa cadeia? Seus pés buscam a rua, sua voz busca ouvidos, os seus olhos atravessam paredes, suas mãos buscam atividades, mas, ele mesmo, não pode sair.

Você quer algumas dicas que não são minhas?

Primeiro: Levante a cabeça e faça de sua cela um lugar de louvor e culto. Atos 16.24-34
E, pode acontecer, até, que as portas se abram; mas, como você não é guiado pela razão, mas pelo Espírito, estou certo que você não aproveitará a porta aberta para saltar fora. Não, não, você dirá àquele que o vigiava: “Não te faça nenhum mal, pois todos estamos aqui”. E você somente sairá no tempo do Senhor.

Segundo: Faça da sua cela um local de oração. Ef.3.14-16
Sim, uma atitude, uma prática, um gesto. E você escreverá depois: “Por esta causa, eu me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, orando por vós…” Sim, você está orando mesmo, e na  prisão. Você poderá se encontrar de joelhos, orando…

Terceiro: Faça da prisão um local de testemunho. Fil.4.21-23
Se você não pode sair, isto não significa que os outros não possam vir. E virão. Um dia você dirá nalguma carta: “Os irmãos em Cristo vos saúdam, mas principalmente os que trabalham para o responsável da prisão”, ou ainda, “os irmãos vos saúdam, mas principalmente os enfermeiros e médicos que seguem conosco na fé”.

Quarto: Faça da cela um local de trabalho. Ef.6.19, 20
Você é um embaixador do rei Jesus. Isto mesmo. Um representante do reino dos Céus. Assim, o fato de estar numa prisão ou sentindo-se nela não minará a sua autoridade nem seu trabalho como embaixador. Desempenhe-o. E então você escreverá aos companheiros: “Orem por mim, para que aqui, nesta cadeia, me seja dada, no abrir da minha boca a Palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho pelo qual sou embaixador.”

Quinto: O fato de estar preso não o obriga a cortar a comunicação com os de fora. Ef.6.21
Lembre-se, você está preso, não escondido. E, no momento propício, você escreverá: “Ora, para que vós também possais saber dos meus negócios e o que faço, o ‘Antônio’, irmão amado e fiel ministro, vos informará de tudo.”

Um último conselho: Faça deste local que o limita, um espaço de paz. Ef.6.11, 12

E você escreverá na sua carta: “Meus irmãos, nossa guerra não é contra o governo, contra a nação, tampouco contra o responsável deste lugar ou contra o vizinho. Para estes, preguemos a paz com Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Nossa guerra é contra os principados e potestades, contra as forças espirituais do mal nas religiões celestes.”

E, meu amigo, um dia, alguém poderá se perguntar, referindo-se a você: “Será mesmo que ele esteve preso, ou os presos éramos nós?”

Nota: Cartas de Paulo da prisão: Filipenses, Filemon, Colossences, Efésios

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