Contra a maré

É assim que vivemos lutando contra nossa natureza que se acomoda, que envelhece, que escolhe o mais fácil que não gosta de disciplina, que rejeita o novo. Que tem a tendência de achar que se basta. Que não precisa de ninguém. Que é muito importante, mais que os outros, e que tem ideias excelentes que são apresentadas como fatos e não apenas pensamentos.

Fácil resumir isso em uma palavra; difícil demais de assumir: orgulho. Esse defeito de DNA foi introduzido a muito tempo em nossa história e se nada fizermos, até quando formos humildes pecaremos por nos orgulhar de nossa humildade. A luta deve ser travada com convicção. Com avaliação do preço a pagar, afinal, não há guerra sem prejuízo.

O exemplo mais evidente de orgulho é visto no livro do profeta Daniel onde jovens tão valorosos agem com humildade puro e simplesmente e um rei descontrolado, com mania de grandeza e necessidade constante de autoafirmação, consegue ser orgulhoso a ponto de atrair a ira de Deus. Seu nome é Nabucodonozor.

Ele teve um sonho onde uma árvore poderosa que aninhava e alimentava pássaros, animais, pessoas e cidades à sombra de sua copa, mostra como ele se via: poderoso, necessário, insubstituível. A Sequencia do sonho mostra como Deus o via: um toco que por misericórdia não seria arrancado do chão com as raízes.  Esse sonho foi interpretado pelo profeta Daniel com uma exortação: arrependa-se, faça o bem, destrone o orgulho. 12 meses depois ele sofre um distúrbio mensal que o fez ficar 7 tempos (?) comendo e vivendo com os animais do campo, em volta do palácio.

De base no mesmo texto, temos direção para vencer o orgulho:

  1. Diga para si mesmo todo dia o que aquele rei começou a dizer quando voltou de sua loucura: “Só o Senhor é Deus!” – nossa tendência politeísta é antiga e o alvo de toda idolatria é nos colocar no lugar de Deus, ou no mínimo, viver de igual para igual com Ele, nunca como Senhor e escravo.
  2. Lembrar de somos usuários de tudo o que experimentamos. A arvore que o rei viu, era tão  beneficiária  do jardim quanto os outros seres que estavam por ali, debaixo dela.
  3. Saber que nada mereceremos de tudo o que temos. Somos alvos da graça. Quando Nabucodonozor olha para a linda cidade da Babilônia e dá glória a si mesmo imagino em volta dele uma centena de pessoas entre seguranças, escribas, assessores, conselheiros, os mesmos que 12 meses antes ouviram a exortação para destronar o orgulho, enquanto havia tempo. Eles o veem caindo de sua dignidade para viver como um animal irracional.

O caminho da saudável racionalidade implica humildade: Só o Senhor é Deus; somos usuários e nada merecemos; acrescente a isso a vida de oração que o profeta Daniel desenvolveu. Desejo que nosso perfil diante de Deus tenha o orgulho citado, mas riscado, deletado e vigiado.

Pr. Cleydemir Santos.

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